Milei aumentou a pobreza? A falácia dos números oficiais e o engano estatal
Nos últimos meses, muito se falou sobre o aumento da pobreza na Argentina após a posse de Javier Milei. Os dados apontam um salto de 40% para 55% na população considerada pobre. Mas o que esse número realmente representa? O novo presidente criou mais pobreza? Ou apenas revelou a miséria que o governo anterior maquiava?
Essa é uma questão que exige uma análise mais profunda, especialmente sob a ótica da Escola Austríaca de Economia, que valoriza os sinais reais do mercado em vez de estatísticas manipuladas por agentes políticos.
A manipulação do câmbio e da realidade
Durante os governos anteriores, a Argentina vivia sob um sistema de controle cambial que distorcia a realidade econômica. O dólar oficial era mantido artificialmente baixo, enquanto o chamado dólar blue (mercado paralelo) disparava. Essa distorção impactava diretamente nas estatísticas, pois o câmbio oficial era utilizado como base para calcular salários e linhas de pobreza.
Imagine o seguinte: o governo afirma que US$ 1 vale R$ 3, mas no mercado real todos trocam por R$ 8. Quem ganha R$ 2.400, no papel, parece ter US$ 800. Na prática, são apenas US$ 300. Isso gera uma ilusão de renda, uma falsa sensação de poder de compra. A pobreza não aparece nos números oficiais, mas é sentida todos os dias nas ruas.
O que Milei fez: expôs a verdade
Ao assumir, Milei iniciou um processo de correção cambial. Eliminou o cepo cambial (restrições artificiais de câmbio) e ajustou o dólar oficial para se aproximar da realidade de mercado. Como consequência, a base de cálculo da pobreza mudou. A realidade não foi transformada por ele, apenas passou a ser medida corretamente.
Sob a ótica da Escola Austríaca, essa é uma vitória da verdade sobre a ficção. A economia não pode ser planejada com base em ilusões estatísticas. Indicadores só são úteis se refletirem os sinais reais do mercado. Quando o governo manipula o preço mais importante da economia (a moeda), manipula todo o sistema de informação econômica.
Pobreza revelada, não criada
Dizer que Milei aumentou a pobreza é como culpar o termômetro pela febre. Ele apenas tirou o pano que escondia a realidade.
Os dados de 2023 estavam contaminados por controles artificiais. Os de 2024, após a correção cambial, são reais. E justamente por isso já mostram uma reversão da tendência: a pobreza caiu de 52,9% para 38,1% nos primeiros dois trimestres do ano.
Conclusão
Não foi Milei quem criou a pobreza. Foi ele quem a mediu corretamente.
E é justamente por seguir princípios econômicos mais alinhados à realidade de mercado que o caminho para a recuperação está se abrindo. A lição aqui é clara: governos que distorcem indicadores para esconder a verdade apenas adiam o inevitável.
A realidade sempre vence. O mercado sempre revela.
